REFLEXÕES DA TITA SOBRE O PEDRO
Olá, a todos.
De repente começo a ver entrar pela casa, uma banheira de bebé, roupas que não são para mim, e dizem, quando eu pergunto, que é para o Pedro.
Confesso que esta história do Pedro me deixa muito confusa. A vovó é só minha, a mamã é só minha, o papá é só meu, o vovô é só meu, não compreendo porque hei-de repartir com o Pedro, se nem sei ainda quem ele é. Para mim é só um nome e um nome que se prepara para me tirar tudo o que até aqui tem sido só meu. Só vejo a barriga da mamã a crescer e ela sem vontade para brincar comigo.
Talvez por isso dei em fazer o que eu chamo patifarias e malandrices à minha querida vovó. Tudo o que dizem para eu não fazer, eu faço quando estou só com a vovó. Ponho-me em cima da mesa da sala, a dançar. Salto em cima dos sofás. Voltei a escrever nas paredes e até pedi a chucha, quando vi entrar umas chuchas e me disseram que era para o Pedro. Mas a chucha nah!... Larguei logo, não quero mesmo.
Faço a vovó fazer ginástica comigo, no chão, levantar os braços, as pernas, nadar e rio-me muito porque ela engana-me, não faz direito, diz que lhe dói.
Já me custa muito que o meu avô venha visitar-me menos vezes do que eu estava acostumada. Eu acho que ele fica com o meu tio João e eu não queria. O avô é só meu e eu gosto muito do avô.
A minha amiga do parque, a Matilde, também tem um Pedro de novo. Puseram-na numa escola e ela ficou triste. Espero que não me façam o mesmo a mim quando o Pedro vier.
Há dias o avô foi comigo ao parque sozinho porque a vovó foi ao Sr. Doutor. Gostei muito porque o avô empurrou o baloiço com muita força e eu subi mais alto que as outras meninas.
Beijinhos